
Com trechos de Carta Maior
(Marco Aurélio Weissheimer)
A movimentação das forças de extrema-direita, 'lideradas' por Serra, lembra as ações que antecederam o Golpe de 1964
Ainda no primeiro turno das eleições presidenciais eu havia dito que “o risco de um golpe no Brasil seria real e iminente”, me baseando no tipo de campanha feita pelo PSDB e pela chamada “grande mídia”.
Agora uma pessoa com muito mais experiência e conhecimento político que eu proclamou a mesma coisa, colocou o problema no tom mais adequado até o momento. Veja o que disse Tarso Genro, governador eleito pelo PT no Rio Grande do Sul, no último dia 7 ao lado de lideranças de vários partidos:
“Estamos assistindo a uma campanha de golpismo político e midiático semelhante ao que ocorreu antes do golpe de 64. Mas hoje a ameaça não vem dos militares. Hoje essa ameaça é talvez mais grave, pois se trata de golpismo político com apoio de uma parte importante da grande imprensa"
O evento em favor da candidatura de Dilma ocorreu no salão São José do Hotel Plaza San Rafael e reuniu mais de duas mil pessoas. O tom dramático do discurso estava baseado na percepção de que há uma grave ameaça pairando sobre a democracia brasileira. Nunca antes na história do Brasil, um candidato adotou como plataforma política uma campanha de calúnias e difamações contra sua adversária política. Uma inédita sordidez, repetiu Tarso.
Uma prática, segundo ele, que pode provocar uma ruptura política no país e coloca em risco a legitimidade do processo eleitoral.
Mas Tarso e os demais (líderes presentes no evento) não apostam no caminho da ruptura, mas sim no da superação do nível sórdido da campanha por meio de uma antiga e sempre eficiente arma do PT e dos partidos e organizações populares: a força de sua militância.
“A militância vai fazer a diferença e eleger Dilma. Eles esgotaram seu estoque de baixarias e já estão repetitivos”, acrescentou Tarso.
O governador eleito lembrou a Campanha da Legalidade, liderada por Leonel Brizola em defesa do governo de João Goulart. Tarso e as demais lideranças políticas presentes no ato anunciaram que o Rio Grande do Sul pretende mobilizar todo o país em defesa de Dilma, da democracia e do projeto representado pelo governo Lula. A mensagem transmitida no ato foi em tom alto e claro, sem metáforas: as elites paulistas e seus aliados terão mais uma vez à sua frente adversários que, desde Getúlio Vargas, insistem em contrapor um projeto de desenvolvimento nacional ao suposto cosmopolitismo dessa elite que só enxerga o povo pobre como um objeto a ser usado em época de eleição e o país como um balcão para seus negócios privados.
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