sábado, 10 de janeiro de 2009

Israel impõe massacre a crianças palestinas e culpa as vítimas



“Muitas crianças palestinas estão morrendo e quase nenhuma criança israelense foi morta. Por quê? Porque nós cuidamos das nossas crianças.” (Shimon Peres, presidente de Israel, em 6 de janeiro de 2009)


Até hoje já foram mortas 235 crianças, próximo de 900 vítimas no total. Israel possui um poderio bélico infinitamente superior ao do Hamas, a força é extremamente desproporcional. São aviões F-16, helicópteros Apache, mísseis 'inteligentes', bombas de fósforo, de fragmentação, armas proibidas pelas convenções de guerra de Genebra, tanques e navios. Além de tudo, Peres ainda manda cortar o fornecimento de água, luz, combustível, comida e remédios. O Hamas fabrica alguns foquetes de modo quase artesanal nos fundos do quintal de casa.
O líder israelense afirma que a culpa é das vítimas 'o Hamas não cuida de suas crianças como cuidamos das nossas'. Estranho também é que os mísseis israelenses possuem precisão milimétrica, será que o alvo são portanto as crianças mesmo?
Javé certamente não aprova a ação diabólica de Israel, assim como Alá ou Allah não aprova as ações criminosas de grupos palestinos e/ou muçulmanos. Deus nunca mandou nenhum rei de Israel, Judá, ou líder de qualquer outra nação, em qualquer tempo, nos primódios bíblicos ou em nossos dias, matar crianças, matar inocentes, ainda que muitos tenham justificado suas atrocidades dizendo fazer a vontade Dele.

O texto a seguir é de Maurício Thuswohl para Carta Maior:
Qual papel deve assumir o Brasil, postulante a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, diante dessa paralisia? O melhor e mais corajoso caminho a ser seguido é o imediato rompimento de relações diplomáticas com o governo assassino de Israel. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem diante de si a oportunidade de fazer valer todo o capital político acumulado no cenário internacional ao longo dos últimos seis anos e indicar claramente que a construção de um novo patamar de entendimento entre as nações, desejo manifesto de seu governo, não mais tolerará demonstrações unilaterais e desproporcionais de força militar.
É possível romper relações com Israel sem declarar apoio ao Hamas ou abandonar a posição neutra em relação ao conflito palestino-israelense. O que não dá mais é para assistir calado ao extermínio de um povo. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, como bem demonstrou o governo da Venezuela. No mesmo dia em que foi ultrapassada a marca de 100 crianças palestinas mortas, o presidente Hugo Chávez declarou o rompimento das relações diplomáticas entre os dois países e expulsou de Caracas o embaixador de Israel. Para justificar seu ato, Chávez afirmou que “Israel está promovendo um holocausto na Faixa de Gaza”.
Seguir o mesmo caminho da Venezuela consolidaria o papel político de liderança entre os países emergentes exercido pelo Brasil no cenário diplomático internacional. Significaria também, mesmo que isso traga pouca conseqüência prática e imediata para quem está recebendo bomba na cabeça, um importante gesto de solidariedade do “mundo real” face ao martírio do povo palestino. Lula, se tomar essa atitude corajosa, mais uma vez colocará a política externa de seu governo a serviço da construção de um mundo menos injusto.
A simpatia do presidente brasileiro pela causa palestina não é segredo para ninguém. Em entrevista ao jornal Valor publicada na segunda-feira (5), o assessor especial de Política Externa da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, classificou a ofensiva israelense em Gaza como “terrorismo de Estado”. Em nota assinada por seu presidente, Ricardo Berzoini, o PT também condenou a ofensiva israelense e rechaçou o argumento de “autodefesa” utilizado por Israel. O rompimento temporário com Israel nas atuais circunstâncias seria, portanto, um caminho natural e coerente para o governo Lula.

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